quarta-feira, junho 23, 2010

You can't see me...

Pensas que me conheces, mas não me vês. Sabes quem sou, mas nunca me ouviste com ouvidos de ouvir. Julgas que me aconselhas mas na verdade estás a menosprezar o EU que pede ajuda. Falas por palavras que outros outrora usaram, desprovidas de um contexto que é o meu coração.

Não vês o meu mundo nem o que vejo e sinto da vida. São conceitos desconhecidos para ti porque racionalizas o que é para ser sentido. Como queres que cresça quando não compreendes a criança em mim?... Ou em ti?

Ouve uma altura que me entreguei a ti. Escolhi-te para entregar-me. Mostrar-te quem era, o meu EU. A dor, a alegria, a frustração e sim, também o amor de quem se chama Luis Nascimento. Apenas um ser microscópico, insignificante no todo deste universo mas um universo em si mesmo naquilo que sente.

Não me viste.

Projectaste o meu amanhã que será o meu ontem, mas nunca o meu hoje que é onde vivo.

Não me viste.
Porque não te vês a ti.
Não te vês porque não queres sentir.
Pensas.
Alguém que sinta por ti aquilo que não queres reconhecer que tu és.
Alguém que escreva aquilo que não admites sentir.
Alguém. Alguém. Alguém...

Eu sei quem sou e o que sinto. Eu estou bem.

Escrevo-te esta carta na esperança que passes a compreender-me melhor.
Escrevo esta carta a dizer-te... por agora,
Adeus.

Sem comentários: